domingo, 16 de agosto de 2009

Nada de nada

Sons. Sons quentes. Sons quase inaudíveis, perdidos na envolvente expressão de uma felicidade infantil. Momentos de um império de outros reis, onde a seda e o linho eram a marca que os distinguia das estátuas de mármore escondidas por entre o verde dos extensos jardins.
Histórias ouvidas ao serão, depois do repasto. Lareira apagada, recordada de tempos ainda mais idos, mais mágicos. Velas. Chama e calor. Murais de cristal e fé. Joelhos massacrados de vontade. Murmúrios de preces esquecidas, arrumadas por entre o amarelado das páginas fechadas.
Sons. Barulhos musicais. Vêm de longe em peregrinação, param e seguem. Na calçada ecoam com a força da simplicidade a que a felicidade obriga. A lareira então estava acesa e as labaredas de luz entravam alma adentro, enchiam o espaço que o tempo ocupou de escuridão. Sons. Quais sons afinal?

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