quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Infância

Quando penso no mar, recordo de imediato o meu metro e meio de gente, que cheio de uma vontade, com sabor de vida, se encontrava preso num olhar perdido de constante procura. A inquietude de um mundo ainda sonhado reflectia-se no sorriso de complacente alegria da minha avó. Ao longe os sons confundiam-se, a areia não tinha textura e o mar... era apenas e só o mar. O tempo passou, o meu pai já não é Deus, nem a minha mãe imortal. As ilusões perderam-se, ou melhor, transformaram-se em realidades que me assustam como sombras de corpos que não se vêem. As lágrimas, trato-as por tu, mas no entanto nunca as deixo sair e secar nas montanhas do meu rosto de expressão triste. Pelo caminho ceguei o sentir, que guardo no peito, para se quedar perfeito na espera de razões mais válidas que o deixem ver e olhar. Sinto-me só. Sinto falta de mim.

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