quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Tempo

O tempo perde-se em si mesmo, tropeça nas águas de um choro sem fim, corre em alvoroço em direcção a coisa nenhuma e sem sentido deixa de o ter também. É Setembro mas podia ser Março ou Maio. Dia e noite apenas têm a diferenciá-los a luminosidade que o sol oferece e a candura que lua emana. O vento enlouquecido deixou de falar à chuva que na depressão de um suposto abandono se encontra enclausurada nas nuvens que não têm horas, nem minutos, nem razões para serem mais do que sentem ser. Nada. São quase 18 horas mas se fossem 12 ou mesmo 9 pouca diferença faria. Mais luz, menos luz, tudo se resume a isso. O tempo somos nós que o fazemos e o segredo está em saber negociá-lo com o destino. Cartas na mesa, verdades escondidas. Olhares neutros e sem vontade. Palavra puxa palavra, nunca subindo de tom. Calma e serenidade são necessárias para levar de vencida o destino, numa negociação de vida em que a mestria está na vontade de ser mais, fazer mais e nunca desistir. Só no fim saberemos se realmente conseguimos o que pretendíamos. Felizmente, só no fim, e, mesmo aí devemos acreditar que ainda temos tempo. Porque temos! Já vivi minutos que nunca trocaria por anos, e anos que trocava por uma simples maçã.

Sem comentários:

Enviar um comentário