quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Saídas nocturnas

Todos as noites, antes do nascer do sol, saio à procura de razões. Vestido de vontades que não posso desvendar, percorro passos sem fim. Em cada esquina que dobro, encontro lágrimas e sorrisos. Em cada pensamento que entro, cruzo-me com desilusões e esperanças. As minhas pegadas multiplicam-se, desdobram-se, perdem-se entre esgares e expressões de tristeza, olhares perdidos, feridos pela dor, rasgados pela desilusão. As voltas que dou não surtem resultados, as razões continuam desaparecidas. No entanto, todas as noites, antes do nascer do sol, parto na minha procura. Nem preciso de sair de onde estou, procuro no mundo submerso no meu interior. Afinal, a razão sou eu, nasce e morre dentro de mim, a velocidade do que vou deixando de ser... para passar a ser outro igual... mas de sensações e estímulos diferentes... mais adulto, mais maduro. Todas as noites, antes de o sol nascer, encontro-me, renovo-me, cresço dentro daquilo que já sou. Quanto às razões... nascem e morrem a velocidade que eu e a vida deixamos!

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